quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

PEDRO FREIRE Jr e SÉRGIO DE ASSIS BRASIL TRABALHARAM MUITO PELA CULTURA SANTAMARIENSE.OBRIGADO A ELES!!!





Duas estrelas que se apagam
Santa Maria se despediu em 2007 de grandes nomes do teatro e do audiovisual
MAUREN RIGOmauren.rigo@diariosm.com.brO ano termina sem a atuação brilhante de duas grandes estrelas. Uma delas, Pedro Freire Jr., foi um dos personagens principais da dramaturgia santa-mariense. O ator e diretor carimbou seu nome em 99 espetáculos teatrais e teve persistência para se dedicar a sua grande paixão. Freire Jr., que sofria de problemas pulmonares, morreu no sábado, 15 de dezembro, em decorrência de uma parada respiratória. Doze dias depois, foi a vez do diretor de cinema Sérgio de Assis Brasil (leia abaixo). Em comum - além do talento - , está o fato de eles terem deixado um sonho inacabado. Enquanto Freire Jr. trabalhava na montagem de sua centésima peça de teatro, Sérgio finalizava o primeiro longa totalmente santa-mariense. Freire Jr. reluziu no teatro santa-mariense há mais de 40 anos. Nascido em São Borja, ele também foi advogado, radialista e secretário municipal de Administração. Ao lado de Wilde Quintana, impulsionou o teatro de arena na cidade. Nos anos 60, ajudou a fundar o Teatro Universitário (TU), hoje Teatro Universitário Independente (TUI) e enfrentou a repressão da ditadura militar com a montagem de peças polêmicas. Para se ter uma idéia, naquela época, o cenógrafo de espetáculos era o cronista do Diário José Bicca Larré, o contra-regra era o ministro da Justiça Tarso Genro, e o ator era Horácio Genro, irmão de Tarso. Em 1968, Freire Jr. - que recebeu o prêmio de Melhor Ator Amador do Brasil duas vezes, em 1968 e 1970, e de Melhor Diret or Teatral do Estado, em 1967 - , deu vida a sua mais grandiosa obra: o Grupo Presença, que virou referência no teatro amador da região e formou diversas gerações de atores. O grupo já montou cerca de 80 peças.A morte do diretor, aos 73 anos, interrompeu o desejo de apresentar a centésima peça de sua carreira. Em entrevista ao Diário, em março, Freire falou da expectativa de estrear o trabalho. - Eu pareço o Romário atrás do seu milésimo gol. Quero algo grandioso - afirmou ele.BIANCA BACKESbianca.backes@diariosm.com.brSanta Maria precisou dar adeus à ousadia e à criatividade de Sérgio de Assis Brasil. Antes de partir, porém, o diretor, jornalista e advogado deixou encaminhado o maior projeto de sua vida, como ele mesmo descrevia. O primeiro longa-metragem totalmente santa-mariense, o Manhã Transfigurada, estava sendo finalizado quando ele descobriu que estava com um câncer em estágio avançado, em novembro. A conclusão do projeto, em São Paulo, até foi adiada para março, quando Assis Brasil planejava estar recuperado.A morte veio antes, no último dia 26, no Hospital de Caridade, aos 60 anos. Mas até a metade do novo ano que desponta, o trabalho deve estar à disposição do público. Lançar a obra o quanto antes agora é encarado como um desafio ainda menos adiável para os ex-colegas do diretor. A intenção é cumprir o prazo já previsto para a finalização do filme, em São Paulo.A cidade perdeu um homem apaixonado e visionário em tudo que fazia. E, se hoje, dezenas de estudantes se lançam na aventura de produzir audiovisuais, a responsabilidade também é dele, direta ou indiretamente. Seu talento para lidar com as imagens, aliado à sua coragem, encorajou outros profissionais a atuar na área.Projetos - Nascido em São Gabriel, Assis Brasil, que estava com 60 anos, escolheu Santa Maria para viver e realizar seus projetos. Aqui, tornou-se ainda mais apaixonado por cinema, formou-se em Direito pela UFSM (mas nunca exerceu a profissão), fez música, ajudou a fundar cineclubes, casou, teve filhos, atuou como jornalista, apresentou programas de TV e comandou a gravação de mais de 60 audiovisuais (curtas, videoclipes, peças publicitárias, documentários e um longa).Atualmente, Assis Brasil era coordenador da TV Campus (que ele ajudou a fundar) e assessor de imprensa da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma). A prefeitura decretou luto oficial de três dias por causa de sua morte.
Mais
Teatro de arena
O que impulsionou a dramaturgia em Santa Maria foi o surgimento do teatro de arena. O gênero adotado por Freire e seu amigo Wilde Quintana foi usado na cidade, como modo de se contrapor ao modelo tradicional da famosa Escola de Teatro Leopoldo Fróes, que funcionou de 1943 a 1983 e foi comandada pelo jornalista, historiador e teatrólogo Edmundo Cardoso, morto em 2002
O filme
Diversos técnicos e atores participaram das gravações do longa Manhã Transfigurada, em 2002. Entre eles, estava Pedro Freire Jr.
Multimídia
O ator e diretor divulgou o teatro de arena e foi fundador do Grupo Presença
O diretor morreu antes da conclusão do longa que estava trabalhando desde 2002

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